Juana Rouco Buela (1889–1969)

Tendência Autônoma Feminista
2 min readOct 31, 2020

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50 anos da morte de Juana Rouco Buela.

Nascida em Madrid, em 19 de abril de 1889, filha de emigrantes galegos, Juana ficou órfã de pai aos quatro anos, emigrando com sua mãe para para a Argentina em 1900.

Em 1904 Juana já era uma das figuras centrais do anarcossindicalismo argentino com forte influência feminista, participando da manifestação do 1º de Maio organizado pela Federação Obrera Regional Argentina (FORA), que foi duramente reprimida pela polícia.

Em 1907, Juana, juntamente com Virginia Bolten, María Collazo, Teresa Caporaletti, Elisa Leotar, María Reys, Violeta García e Marta Newelstein, organizaram um Centro Feminino Anarquista que se pretendia como um espaço de divulgação do ideal ácrata entre as trabalhadoras e mulheres do povo.

Juana participou ativamente no movimento contra o aumento dos aluguéis e se destacou por sua grande capacidade organizativa e por possuir uma poderosa oratória. Após o atentado contra o então presidente Figueroa Alcorta, foi deportada para a Europa e morou em Marsella e Gênova, relacionando-se com anarquistas franceses, espanhóis e ingleses, dentre as quais Teresa Claramunt, visitando também as escolas que seguem a pedagogia libertária de Francisco Ferrer y Guardía.

Em 1909 volta para a América do Sul, agora no Uruguai, e participa da criação do jornal “La nueva senda”. Em 1921, junto a outras mulheres, funda o Centro de Estudos Sociais Femininos, dando origem ao jornal “Nuestra tribuna”, dirigido especificamente às mulheres, que teve edições de 1922 a 1924.

Juana teve uma curta passagem pelo Brasil, residindo no Rio de Janeiro, de 1914 a 1917.

Com o golpe de estado de 1930 na Argentina, houve uma inflexão dos grupos anarquistas e para própria Juana que, além da perseguição política do regime, foi abandonada por seu companheiro, com seus filhos.

Durante a Revolução Espanhola ajudou a organizar, com outros agrupamentos feministas e anarquistas, formas alternativas de apoio e solidariedade às combatentes.

Em 1964 publicou sua autobiografia intitulada “História de um ideal vivido por uma mulher” que além de conta sua vida conta a história das mulheres anarquistas.

Juana foi uma importante anarquista e lutadora social pelas mulheres, defendente fortemente o estímulo à autonomia intelectual feminina, tornando-se símbolo do movimento libertário argentino, falecendo em 31 de outubro de 1969.

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Tendência Autônoma Feminista

A Tendência Autônoma Feminista (TAF) é um coletivo de mulheres de orientação libertária que possui como objetivo construir a luta feminista revolucionária.