Precisamos debater a urgência de uma ecologia social.

Tendência Autônoma Feminista
2 min readOct 9, 2020

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O desmatamento e as demais formas de destruição do meio ambiente por lucro já são regra já estabelecida. As queimadas no Pantanal e na Amazônia seguem acontecendo pelas mãos dos grandes latifundiários, preocupados em plantar grandes lotes de grãos e criar gado para perpetuar suas riquezas.
Enquanto isso, com o aprofundamento da crise capitalista, mais de nove milhões de pessoas estão passando fome, sendo que 49% mudaram seus hábitos alimentares durante a pandemia. O feijão está 40% mais caro e o arroz teve um aumento de 100% nos últimos meses.
Movimentos e organizações populares do campo têm pressionado o Congresso Nacional para que medidas emergenciais sejam efetivadas em meio à catástrofe econômica, política, social e sanitária em que nos encontramos, estando as mulheres camponesas na linha de frente dessa luta. Uma das pautas reivindicadas é o investimento em agricultura familiar, materializada pela Lei nº 14.048, conhecida como Lei Assis Carvalho, vetada por Jair Bolsonaro com a justificativa de “contrariedade aos interesses públicos e inconstitucionalidade”. Que interesse público está acima do combate à fome?
Nesse sistema são valorizados apenas os interesses dos grandes latifundiários e, sendo assim, precisamos reforçar com urgência a importância da agricultura familiar para além do combate à fome e o desenvolvimento da economia, mas também do fazer coletivo de bens intrinsicamente ligados aos interesses da comunidade. Uma revolução social necessariamente precisa incluir a questão da agricultura familiar, e tal pauta é importante tanto para questões imediatas como também para a sociedade emancipada que almejamos alcançar.

Precisamos debater a urgência de uma ecologia social para além de qualquer politica pública que é tão necessária neste momento. Os alimentos produzidos no Brasil estão cada vez mais abarrotados de agrotóxicos proibidos em diversos países e, além disso, a água poluída com veneno está deixando milhões de pessoas doentes. Sem contar com a pandemia mundial, que tem ligação direta com a agropecuária e sua sede por acumular riquezas. Enquanto milhares de pessoas estão retornando para o mapa da fome pesquisado pela ONU, de onde há duas décadas o Brasil conseguiu sair por minimizar seu quadro nacional de miséria principalmente na região do nordeste, em pleno 2020 temos um governo fascista que utiliza de uma necropolítica arquitetada pelo Estado e pelo latifúndio para assolar nosso país.
Pela derrubada dos vetos de Bolsonaro à Lei Assis Carvalho!
Por uma luta social que inclua o camponês como sujeito revolucionário!

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Tendência Autônoma Feminista

A Tendência Autônoma Feminista (TAF) é um coletivo de mulheres de orientação libertária que possui como objetivo construir a luta feminista revolucionária.